Hoje somos a realização de uma história contada através das nossas vivências mais profundas. Essa história se realiza não somente pela linha do tempo, iniciada quando chegamos ao mundo transportados pelo amor dos nossos pais para perpetuação das famílias. Mas o fato mais incrível de toda a existência humana: essa história não termina com o fim do nosso corpo físico, mas permanecerá para sempre nas lembranças das gerações futuras. Da mesma forma é impossível esquecer toda a carga histórica dos nossos antepassados, acho que até tentamos esquecer, a gente faz de conta que a nossa história não é permeada e envolvida pelas lembranças pela história da família ou para ser mais exato "das famílias", porque somos o fruto originado por dois pais de origem genealógica diferentes ou similares, sempre temos muitos casos de casamentos dentro da própria família. Além disso para chegar a este mundo somos o resultado de quatro avós, oito bisavós e aí vai numa progressão sem fim. Na maioria das vezes o que lembramos são memórias mínimas, que ao longo da nossa existência carnal e afetados pelo poder da construção da história individual e pessoal, achamos que são insignificantes. Mera e vã ilusão. Em nossa consciência coletiva está o legado desses seres invisíveis, mas incrivelmente presentes em nossa realidade. Também faz parte desse universo invisível o lugar que nasceram, habitaram, lutaram pela sobrevivência, geraram filhos, netos e bisnetos, criaram aglomerações familiares que se tornaram povoações de vários nomes peculiares, a grande maioria desses lugares não carrega na atualidade o nome original. Mas somos a realidade do que somos hoje graças à esse universo invisível, suas histórias e lugares.

A Genealogia é uma ciência, que auxilia a história e estuda a origem, evolução e a disseminação de grupos que se relacionam por laços familiares ou outro tipo de relacionamento qualquer que seja ele. É uma viagem ao passado em busca das nossas origens. E ao mesmo tempo um descortinar do presente e do futuro, porque é nas nossas memórias passadas e presentes que são construidos os legados para o futuro dos nossos filhos, netos, bisnetos, trinetos e ai vai numa jornada sem fim.

Esse estudo foi orientado pela relação existente entre os diversos grupos familiares e os lugares onde viveram intensamente, lugares que jamais esqueceremos e formam assim os capítulos da nossa história genealógica. Por isso utilizei esses lugares em seu nome original à época que esses personagens ai viveram. Para conhecer mais sobre cada família clique no nome tracejado do lugar conforme abaixo:

 

1) Ipojuca dos Luna Freire: Com a chegada dos imigrantes ibéricos por volta do século XVII fugindo da Europa para o Brasil, de acordo com citação do livro Araçá dos Luna Freire "...dois descendentes diretos dos Conde de Luna espanhóis vieram para o nordeste brasileiro, um formou o ramo dos Luna Freire com descendentes estabelecidos predominantemente na Paraíba e Pernambuco, e depois se espalharam pelos demais estados do Nordeste, inclusive a Bahia. O outro formou o ramo dos Alencar Luna, de onde se subdividiram nas famílias Rego Luna e Luna Pedrosa, cujos descendentes se fixaram na Paraíba em especial na capital do Estado". Nessa origem dos Lunas Freire sobressaem os nomes de Alvaro Gonçalves de Luna, Antonio Thomás de Luna Freire e Macário de Luna Freire. Para pesquisar a origem dos Luna Freire, as fontes das informações são raras e complexas e a pesquisa se revela um enorme exercício de paciência e resiliência.

​2) Araripe dos Luna Alencar: Da descendencia de Alvaro Gonçalves de Luna,  Braz Pereira de Luna, conhecido como Braz de Luna Pimentel, o Pimentel, deve ser sobrenome da mãe. Ficou conhecido como o desbravador do Araripe, no sertão de Pernambuco. Casou-se com uma das filhas de Leonel do Alencar Rego, formando a familia Luna Alencar e se estabelecendo as margens do riacho da Brígida, onde nasceu a cidade de Exu, em Pernambuco, e depois povoando o Ceará. A genealogia da familia Luna Alencar está visivel no livro "350 anos da familia Luna no Brasil". Na familia Luna Alencar temos como exemplo do escritor José de Alencar e o ex-presidente da republica Mal. Humberto de Alencar Castelo Branco.

3) Canafístula e Araçá dos Luna Freire: A história dos Luna Freire na Paraíba inicia com a chegada de João Vicente de Luna Freire por volta de 1830, fixando-se na Povoação de Canafístula, que depois foi modificada para Acaú e atualmente corresponde a cidade de Caldas Brandão. A pequena povoação chamada no seu início de “Canafístula de João Gonçalves” situava-se as margens do Rio Gurinhém, afluente mais importante do Rio Paraíba, com um considerável volume de água, onde foi proprietário do engenho "Jesus, Maria e José", por ser devoto de São José, nesse local criou sua família, formou seus descendentes e se tornou o “o respeitado ancião e velho líder liberal”, como foi publicado em nota do Jornal Gazeta da Paraíba edição de 11 de setembro de 1889, por ocasião de sua morte aos 90 anos. Originário de Pernambuco onde nascera, os seus descendentes se espalharam inicialmente para fundar a Povoação de Araçá dos Luna Freire, atualmente é o município de Mari, e finalmente para as várias cidades da Paraíba, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Pernambuco.

​4) Taypú dos Luna Freire: A Capitania de Taipu abrangia uma enorme região que seguia o trajeto do Rio Paraiba e iniciava em Pedras de Fogo, Santa Rita, Itabaiana, Pilar, e São Miguel, onde foram instalados no Século XVII dezessete engenhos de açucar. O inicio da história ocorre com José Vicente de Luna Freire morador do Engenho Tapuá.

​5) Maracaype dos Rego Monteiro e Paula e Silva/Simões: Maracaype foi a provoação que originou a cidade de Itabaiana e onde viveram a geração iniciada em nossa pesquisa por Manoel do Rego Monteiro e Luis Francisco de Paula e Silva, origem genealógica dos Simões que depois habitaram as regiões de Mamanguape, Sobrado, Itaporoca e Sapé.

​6) Gurinhém dos Malheiros, Paiva e Rangel: As margens do Rio Gurinhém florescia uma povoação marcada pela história de Lourenço Alves de Sousa Malheiros pai de Cassimira Virginia de Sousa e Rita Francelina das Chagas, Pedro Leite Rangel cujo filho de nome Pedro Leite Rangel casou-se com Cassimira Virginia de Sousa, Francisco de Paula Ferreira de Paiva cuja filho José Francisco de Paiva casou-se com Rita Francelina das Chagas e Bernardo Fracisco de Paiva que se estenderão para várias outras cidades da Paraíba e Pernambuco. Pedro Leite Rangel e Cassimira Virginia de Sousa foram os pais de Maria Augusta Rangel  vovó "Sinházinha". José Francisco de Paiva e Rita Francelina das Chagas foram os pais de João Adauto de Paiva que casou-se com tia Esther. Então a nossa familia é um feliz encontro de Malheiros, Paiva e Rangel.

7) Caiçara dos Miranda e Queiróz: A formação de Caiçara foi um grande caldo genético formado por essas familias. Alexandrina Barbosa de Miranda e Sá, filha de João Maria Xavier de Miranda e Sá e irmá do Capitão André Brabosa de Miranda e Sá, e seus primos Miranda Henriques, viveram na Serra dos Bayanos em um lugar chamado Bahyanos, que representava a origem da familia, o Estado da Bahia, casou com Antonio José da Costa, o "Antonio Imburana", genro do fundador de Caiçara Manoel José da Costa, os descendentes dessas duas familias se originaram Francisco Manoel da Costa Queiroz, Capitão Epaminondas Tavares de Araujo.

8) Sapé dos Fernandes: Sapé nasceu da Estação Ferroviária quando a Estrada de Ferro Conde D'Eu extendeu sua malha ferroviária para o Estado da Paraíba e do Rio Grande do Norte, essa estação ferroviária foi o inicio do grupamento urbano que criou a povoação, anteriormente somente existiam fazendas que ficavam ao norte em São José da Cachoeira ou ao Sul em Sobrado. Um dos proprietários era o Capitão Manoel Antonio Fernandes originado de Macau, Rio Grande do Norte, onde seu pai também Manoel Antonio Fernandes desceu da Ilha de Manoel Gonçalves para fundar a provoação de Macau.

Para conhecer mais sobre a história dos lugares e das familias respectivas clique no titulo sublinhado.